Tecnologia

Energia solar espacial pode se tornar realidade em breve

A ideia de energia solar espacial (SBSP) remonta ao final da década de 1960. Esta forma de captação de energia utiliza satélites para coletar a energia solar e transmiti-la para pontos de coleta na Terra. Contudo, questões de custo e tecnologia limitaram sua adoção. Os métodos tradicionais de captação de energia solar, como fotovoltaicos e …

A ideia de energia solar espacial (SBSP) remonta ao final da década de 1960. Esta forma de captação de energia utiliza satélites para coletar a energia solar e transmiti-la para pontos de coleta na Terra. Contudo, questões de custo e tecnologia limitaram sua adoção.

Os métodos tradicionais de captação de energia solar, como fotovoltaicos e energia solar térmica, têm suas limitações, ocupando grandes áreas de terra e dependendo da disponibilidade de luz e vento. Por exemplo, fazendas solares não operam à noite e produzem menos em dias nublados ou no inverno.

A energia solar espacial oferece uma solução para essas limitações. Satélites em órbita geoestacionária permanecem expostos ao sol por mais de 99% do ano, permitindo a produção contínua de energia verde. Acredita-se que haja uma disponibilidade de energia solar 100 vezes maior do que a demanda global prevista até 2050.

A transferência da energia coletada no espaço para a Terra envolve a transmissão de micro-ondas, minimizando perdas mesmo em condições nubladas. A estação terrestre necessária para converter as ondas eletromagnéticas de volta em eletricidade terá um diâmetro de aproximadamente 5 km.

Diferentes conceitos têm sido propostos, como o CASSIOPeiA, que consiste em refletores ajustáveis que direcionam a luz solar para uma matriz de painéis solares, e o SPS-ALPHA, que utiliza uma estrutura de pequenos refletores modulares chamados helióstatos.

Em 2023, cientistas do Caltech conduziram um experimento bem-sucedido chamado MAPLE, que transmitiu energia de um satélite em pequena escala de volta para a Terra.

A energia solar espacial desperta interesse global devido ao seu potencial para cumprir metas de neutralidade de carbono e gerar empregos. A Agência Espacial Europeia está avaliando a viabilidade da tecnologia com a iniciativa SOLARIS, com um plano de desenvolvimento completo previsto até 2025.

O principal desafio atual é o custo e a logística associados ao lançamento de grandes massas ao espaço. Empresas como SpaceX e Blue Origin estão trabalhando em veículos de lançamento pesados para reduzir esse obstáculo.

Colocar esses planos em prática envolverá desafios e riscos, incluindo a poluição decorrente dos lançamentos e a degradação dos painéis solares ao longo do tempo. No entanto, com o comprometimento de governos e agências espaciais, a energia solar espacial pode desempenhar um papel vital na transição para fontes de energia limpa e sustentável.