A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e as prefeituras piauienses assinaram, na última sexta-feira (22/09), durante a Feira dos Municípios, um Termo de Responsabilidade que viabilizou a instalação de 233 módulos sanitários de desidratação destinados às famílias carentes em 10 cidades do semiárido piauiense. Conhecido como banheiro seco, a nova tecnologia dispensava o uso de energia elétrica e de água para remoção dos dejetos em localidades sem acesso a saneamento.
Por meio da 7ª Superintendência Regional da Codevasf, no Piauí, foram distribuídos 233 banheiros secos nas seguintes cidades: Aroeiras do Itaim, Belém do Piauí, Caridade do Piauí, Curral Novo do Piauí, Francisco Macedo, Jacobina do Piauí, São João da Canabrava, São José do Piauí, Santana do Piauí e Sussuapara. Ao todo, os investimentos foram da ordem de R$ 2,9 milhões, recursos oriundos do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.
Estiveram presentes no encontro, que iniciou às 17h30, no Centro de Convenções de Teresina, o superintendente Regional da Codevasf, Marcelo Castro Filho; representantes da empresa Fortlev, responsável pela instalação dos módulos sanitários por desidratação; e prefeitos dos municípios contemplados, além de técnicos e membros das secretarias municipais de saúde, órgãos responsáveis pela seleção e cadastramento das famílias beneficiárias.
A escolha dos núcleos familiares beneficiados com o módulo sanitário seguiu critérios de priorização dos municípios, de acordo com a localização no semiárido, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o déficit de banheiros em domicílios rurais, o que precarizava a realização das necessidades fisiológicas por parte dessas famílias.
O superintendente da Codevasf, no Piauí, destacou a parceria com as prefeituras e explicou a importância da tecnologia de banheiros secos com tratamento por desidratação para as localidades sem acesso à água. “O poder municipal é parceiro da Codevasf nas fases de seleção e de capacitação das famílias beneficiadas, que aconteceu com o apoio dos agentes comunitários dentro dos critérios estabelecidos. Logo após, a empresa foi às localidades instalar os aparelhos. Essas pessoas, que antes não tinham banheiro em casa, não precisam mais descartar dejetos em locais inadequados. Higiene também é saúde e qualidade de vida”, disse Marcelo Filho.
Tecnologia alternativa
O módulo sanitário de desidratação ou banheiro seco era uma solução sanitária não conectada à rede de esgoto e dispensava o uso de energia elétrica e de água para remoção de dejetos. O equipamento não requeria instalações hidráulicas, necessitando apenas de incidência solar e ventilação natural para que ocorresse o tratamento de resíduos.
O funcionamento do módulo era por meio de receptáculo em sistema carrossel e uma janela que propiciava a desidratação e a redução do volume em 90% dos resíduos fecais. O descarte do resíduo fecal podia ser feito de 2 a 4 meses pelo próprio usuário em vala rasa, bastando o usuário abrir a janela que ficava fixada por meio de borboletas rosqueadas na base do módulo. O tratamento da urina era por infiltração no solo.
Além do fornecimento e instalação dos módulos, a ação também contemplava mobilização social, capacitação dos beneficiários e monitoramento para garantir o uso correto e melhor aceitação por parte dos beneficiários.
Registros:
Fonte: Codevasf.