Com apoio da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) e do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), comunidades indígenas do Piauí vêm se destacando na produção de alimentos por meio da agricultura familiar. O avanço é resultado do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Indígena, que incentiva a produção local e garante a distribuição de alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade.

Lançado em 2024 com investimento inicial de R$ 1 milhão, o programa atendeu cerca de 200 famílias. Em 2025, novo edital no mesmo valor já executou 80% dos recursos. As comunidades beneficiadas pertencem às etnias Akroá-Gamella, Tabajaras, Gueguês e Cariris, em territórios como Cocais, Chapada do Vale Itaim, Tabuleiros do Alto Parnaíba e Chapada das Mangabeiras.
A comunidade indígena Nazaré, em Lagoa de São Francisco, passou a produzir galinhas, frutas e hortaliças após aderir ao programa. “Além de fortalecer a agricultura familiar, o programa promove uma alimentação saudável e sem agrotóxicos”, afirma Maria Gardênia, presidente da associação local.
Entre os alimentos distribuídos estão carnes, frutas, legumes, verduras e doces. A proteína animal, antes em terceiro lugar entre os produtos adquiridos, passou a liderar a lista, com destaque para galinha caipira, carne bovina e caprina.
O programa também promove inclusão social: 81% dos beneficiários são mulheres. “O protagonismo feminino é um dos pilares das ações da SAF”, destaca Wendel Rebouças, diretor da pasta.
Outros dois projetos PSI (Piauí Sustentável Inclusivo) e Pilares II vão ampliar os benefícios para as comunidades indígenas. O PSI, financiado pelo BID e Fida, visa atender 60 mil famílias em 138 municípios do semiárido piauiense, com investimento de R$ 147 milhões. Já o Pilares II, com recursos do Banco Mundial, atuará em regiões do Norte ao Extremo Sul do estado.