Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago registraram quedas acentuadas na sessão desta quinta-feira (29/01), com as primeiras posições perdendo patamares significativos. Por volta de 10h30 (horário de Brasília), as cotações caíam entre 8,50 e 16,50 pontos, com o contrato para maio cotado a US$ 11,33 e o de agosto a US$ 11,43 por bushel. O contrato de março, prestes a sair da tela, era negociado a US$ 11,17 por bushel.
A pressão nas cotações de Chicago reflete imediatamente no mercado brasileiro, onde os novos negócios permanecem escassos, mesmo com ligeira melhora nos prêmios e o dólar em torno de R$ 5,00. Os negócios estão ocorrendo apenas em casos de necessidade, conforme explicou Matheus Pereira, diretor da Pátria Agronegócios.
Aproximando-se do final de fevereiro e com compromissos financeiros chegando, especialmente em regiões como Mato Grosso, Rondônia e partes de Goiás, os produtores estão sendo forçados a avançar com novas vendas, submetendo-se aos preços atuais. O período até 30 de abril é considerado um prazo safra significativo no Brasil, aumentando a pressão financeira sobre os produtores.
O comportamento da demanda varia nas principais regiões produtoras, com compradores mais ativos em algumas áreas para garantir a originação da soja. Em Mato Grosso, por exemplo, os compradores precisam ser mais ativos, pagando preços um pouco melhores para garantir a originação. No entanto, a colheita de 50% da área plantada está prevista para a próxima semana.
Apesar da pressão em Chicago, não há novidades suficientemente fortes para reverter a tendência de baixa. O mercado mantém a percepção de excedente de soja no Brasil, impactando as movimentações diárias, enquanto as notícias não conseguem justificar alterações nos preços. O mercado se sente confortável em um cenário já estabelecido, embora, na percepção de alguns, equivocado.
Fonte: Noticias agrícolas
