Presam pela democracia

‘O agro é inocente e os culpados têm de ser presos’, diz ex-ministro da Agricultura

Ex-ministro reafirma que é inaceitável atribuir ao agro a responsabilidade pelos atos de vandalismo

Ex-ministro da Agricultura e coordenador da FGV Agro (Fundação Getúlio Vargas), Dr. Roberto Rodrigues afirmou nessa segunda-feira (09/01) que o agro é inocente e os culpados têm que ser presos, julgados e punidos.

“O agronegócio é inocente. O agronegócio está trabalhando, não fazendo baderna. É tempo de safra, estamos colhendo, plantando. A essência deste momento é separar o joio do trigo”, disse. 

Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foto: Pedro França/Agência Senado

Rodrigues, assim como grandes líderes do agronegócio brasileiro, se posicionou de forma veemente repudiando a bárbarie que marcou Brasília no dia (08/01). Conhecedor do ambiente político e, sobretudo, do setor produtivo, o ex-ministro reafirma que é inaceitável atribuir ao agro a responsabilidade pelos atos de vandalismo na capital federal e que os responsáveis sejam presos, julgados e punidos. 

“Não foi o agro que fez isso. O agro é patriota, o agro defende a paz. O agro não é contra as instituições que garantem a nossa democracia”. E afirma ainda que o movimento desse domingo (08) não possuía uma liderança e nem ao menos um discurso alinhado. “Foi difuso. Não tinha um líder, não tinha projeto, não tinha uma pauta. E sem pauta, cada um falou o que quis”. 

O ex-ministro pede lucidez para a análise dos últimos acontecimentos, condena a depredação e a violência, mas reforça a necessidade de se inocentar o agro e da separação dos fatos. Afinal, até mesmo nosso comércio internacional podendo ser afetado. “Não é o agro, são pessoas. E isso tem que ficar claro”. 

Em seu pronunciamento neste domingo (8) ao decretar intervenção federal no Distrito Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou o agronegócio, colocando-o como um dos responsáveis pelos atos em Brasília, tentando criminalizar o setor. Na sequência, instituições e entidades de classe passaram a se manifestar. Em todas as manifestações, as invasões foram repudiadas, porém, o pedido de desvinculação do campo com a violência vinha em primeiro plano.

“Declarações que atribuam ao setor participação nos ataques são descabidas e não retratam a real importância do agro brasileiro para o país. A bancada é contra a grilagem, o desmatamento ilegal e o uso irrestrito de pesticidas em lavouras. Assim, é importante esclarecer que a FPA e os representantes do agro prezam pela democracia e se posicionam contra quaisquer atos que gerem prejuízos aos país”, traz a nota.

A Aprosoja Mato Grosso também se manifestou

“O agro brasileiro, há muitos anos, é ator importante no desenvolvimento do Brasil, gerando renda, emprego e divisas para o país, produzindo alimento com segurança, responsabilidade e sustentabilidade. E este agro não é composto somente por grandes empresas, mas sim e, principalmente, por pessoas que vão desde o pequeno sitiante, a agricultura familiar, pequenos, médios e grandes produtores, que dedicam suas vidas, economias, e suas famílias para produzirem alimentos com respeito”.

De mesmo modo, a ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) se posiciona pela verdade. 

“É descabida, ilegal e inaceitável a ação de movimentos de invasões e vandalismo, assim como não se deve fazer declarações precipitadas, seja pelo setor privado ou o público. Ao defender a democracia, temos a obrigação de buscar a união e o amor pela pátria de todos os brasileiros. O agronegócio é defensor de soluções que levem à paz, inclusive tendo um de seus ilustres líderes, Alysson Paulinelli, como candidato ao Prêmio Nobel da Paz”.