Aos 60 anos, Maria Zilmar Santos Carvalho é símbolo da força da agricultura familiar no Piauí. Moradora da comunidade rural Cercado Velho, em São Francisco do Piauí, ela cultiva hortaliças em uma horta comunitária, de onde retira alimento e renda para sustentar os sete filhos. A espera agora é por um direito antigo: o título definitivo da terra.

A história de Maria representa a realidade de cerca de 295 famílias da comunidade aproximadamente 900 pessoas que vivem do que produzem no campo. Os trabalhos técnicos de georreferenciamento e cadastro foram concluídos pelo Instituto de Terras do Piauí (Interpi), e os documentos de propriedade devem ser entregues em breve.
“Plantar é o que a gente sabe fazer. A terra é o nosso sustento. Com o título, a gente vai ter mais segurança para continuar lutando”, diz Maria, que sonha com dias melhores a partir da posse legal da terra.

A comunidade foi visitada nesta semana por equipes do Interpi, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) e Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). A ação integra a missão de supervisão do Programa Piauí Sustentável e Inclusivo, que tem como objetivo promover inclusão social, superação da pobreza rural e desenvolvimento sustentável.
Durante a visita, os técnicos acompanharam de perto as atividades produtivas, como a horta comunitária onde Maria Zilmar trabalha diariamente. Para o diretor-geral do Interpi, Rodrigo Cavalcante, a entrega dos títulos representa um passo essencial para garantir dignidade e segurança jurídica aos agricultores.
“Regularizar a terra é transformar a vida dessas pessoas. É dar futuro, dignidade e reconhecimento a quem vive da terra com trabalho e esperança”, destacou o gestor.
A titulação da terra é, para Maria e tantas outras famílias, mais que um documento. É um marco de pertencimento e um caminho para seguir com força no cultivo da vida.