Brasil segue como um mercado desafiador para a empresa
A Syngenta, uma das maiores multinacionais do segmento de insumos, registrou US$ 6,8 bilhões em vendas no terceiro trimestre deste ano, segundo os resultados financeiros divulgados nesta quarta-feira (30/10).
Desse montante, US$ 3,4 bilhões são provenientes do segmento agro (Proteção de Cultivos), havendo uma queda de comercialização em US$ 1 milhão em relação ao mesmo período de 2023 em razão, principalmente, do mercado brasileiro que enfrentou problemas climáticos com um produtor mais retraído na decisão de compra. O recuo foi de 3%.
De acordo com a comparação anual das vendas totais do terceiro trimestre, o valor se manteve “estável”, com um leve crescimento, de 4%, sob a ótica das taxas de câmbio constantes (CER), informou a empresa.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) no trimestre mais que dobrou, chegando a US$ 7 milhões, um aumento de 112% em relação ao mesmo período de 2023.
No acumulado dos primeiros nove meses de 2024, o grupo teve vendas de US$ 21,4 bilhões, queda de 12% em relação ao ano anterior, enquanto o Ebitda acumulado foi de US$ 2,7 bilhões, 23% menor que no mesmo período de 2023, o que a empresa também esperava diante dos resultados apertados do primeiro semestre.
Segundo o grupo, houve uma recuperação, como era esperado, entre julho e setembro. Porém, “o desempenho do setor de Proteção de Cultivos foi afetado pelas condições climáticas adversas em mercados-chave, que reduziram a demanda por insumos”, aponta o comunicado publicado hoje para investidores.
Conforme a empresa, a pressão de preços e a menor lucratividade dos agricultores também influenciaram as vendas. Por outro lado, a companhia reitera momento de recuperação. “O mercado de proteção de cultivos começou a mostrar sinais de recuperação com estoques de canais próximos aos níveis normais”.
As condições climáticas adversas e a redução dos estoques nos canais de distribuição impactaram negativamente os primeiros nove meses de 2024, ponderou a Syngenta. “Contudo, os níveis de inventário começam a se aproximar do normal, com uma demanda constante por novas tecnologias”, reiterou.
Como guidance para o futuro, a Syngenta disse que manterá seu foco em eficiência operacional e geração de fluxo de caixa, além de continuar investindo em pesquisa (P&D). “Espera-se uma recuperação gradual do mercado após o primeiro semestre de 2025, com menor impacto dos preços baixos das commodities e do excesso de capacidade”, descreveu o comunicado.
A pressão de preços e a menor lucratividade dos agricultores também influenciaram as vendas. O mercado de proteção de cultivos começou a mostrar sinais de recuperação com estoques de canais próximos aos níveis normais. Na Argentina, por exemplo, as vendas foram afetadas pela queda de mercado suportada pelas condições climáticas adversas, que desencadearam em doenças e pragas nas lavouras. A cigarrinha do milho, por exemplo, voltou a assombrar muitos produtores do cereal.
Por outro lado, no mesmo período, o segmento de sementes apresentou uma tímida alta na Argentina, equilibrando os ponteiros do negócio no país. “Houve um crescimento de 3% nas vendas, influenciado pela demanda por novas variedades de sementes, apesar da queda na Argentina”, disse a empresa.
Na China, a Syngenta registrou crescimento de 11% nas vendas do terceiro trimestre de 2024 devido ao lançamento de novos produtos e à expansão dos biológicos.
Dona da Adama, a companhia não teve bons resultados com a marca. O terceiro trimestre do ano registrou queda de 10% nas vendas, “impactada por um ambiente desafiador para fornecedores de ingredientes ativos pós-patente, embora as margens tenham melhorado”, detalha a nota enviada ao mercado nesta manhã.