
Uma pesquisa pioneira da Universidade Federal de Lavras (UFLA), localizada em Minas Gerais, está revolucionando o aproveitamento de resíduos agrícolas. O estudo foca na transformação de resíduos de café em uma fonte de energia limpa, através da produção de pellets, que são pequenos biocombustíveis sólidos. Esse material surge como uma alternativa viável e sustentável à lenha e aos combustíveis fósseis, apresentando ainda a vantagem de ser de fácil manuseio e transporte.
A iniciativa é liderada pelo professor e pesquisador da UFLA, Thiago Protásio. Ele detalha que os pellets produzidos possuem um formato cilíndrico, medindo aproximadamente 6 mm de diâmetro e podendo atingir até 40 mm de comprimento. “O objetivo central é dar um destino útil e produtivo a resíduos agroindustriais, agrícolas e até mesmo florestais, que frequentemente se tornam um desafio logístico e ambiental para o produtor rural. Estamos transformando esses resíduos em uma solução energética genuinamente sustentável”, explica Protásio.
Atualmente, o escopo da pesquisa concentra-se no uso de cascas de café. No entanto, a tecnologia se mostra versátil, permitindo o aproveitamento de uma gama ampla de materiais, como resíduos de madeira, bagaço de cana-de-açúcar e outros tipos de biomassa vegetal. “Praticamente qualquer material de origem vegetal, com especial foco nos materiais lignocelulósicos, pode ser processado para gerar pellets e, subsequentemente, um biocombustível sólido com múltiplas aplicações”, ressalta Protásio.
De acordo com o professor Protásio, os pellets oferecem aos produtores rurais a oportunidade de gerar calor, um processo essencial, por exemplo, na secagem de grãos de café. Além disso, eles podem ser comercializados como uma nova fonte de renda. O biocombustível se destaca por apresentar um poder energético superior ao da lenha e por possibilitar a automação de processos, o que contribui significativamente para a otimização do trabalho, especialmente em operações noturnas.
Próximos passos
Conforme antecipado por Protásio, a próxima fase da pesquisa visa expandir a aplicação dos pellets, transformando-os em novos tipos de biocombustíveis, incluindo opções sólidas como carvão vegetal ou biochar, e potenciais derivados líquidos. Essa evolução ampliará consideravelmente as possibilidades de aproveitamento da biomassa nas propriedades rurais.
“Nosso planejamento inclui a diversificação das rotas de processamento, com o objetivo claro de maximizar as oportunidades de uso da vasta biomassa que está disponível em todo o território rural brasileiro”, conclui Protásio.
Fonte: Canal Rural.








