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Descoberta revolucionária: cientistas brasileiros patentem processo avançado para fabricar nanocompósito com liberação controlada!

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) deferiu o pedido de patente do “Processo de Produção de Nanocompósito de Carbonato de Cálcio e Lignina Kraft a partir de Emissões Gasosas”, desenvolvido pela Embrapa Agroenergia (DF). A Carta Patente foi expedida em 8 de agosto pelo INPI, concedendo à Empresa a exclusividade para explorar comercialmente a invenção por um período de 20 anos.

A Embrapa Agroenergia obteve a concessão de patente do “Processo de Produção de Nanocompósito de Carbonato de Cálcio e Lignina Kraft a partir de Emissões Gasosas” pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Essa patente permite à Embrapa Agroenergia explorar comercialmente a invenção exclusivamente por um período de 20 anos.

O processo patenteado tem a capacidade de mitigar as emissões de gases de efeito estufa, pois utiliza emissões de dióxido de carbono (CO2) para produzir um nanocompósito de carbonato de cálcio e lignina kraft. Essa tecnologia é ambientalmente sustentável, pois pode capturar emissões de CO2 de fontes como usinas termelétricas.

O nanocompósito resultante possui a capacidade de fixar moléculas de agroquímicos em sua superfície. A lignina, uma macromolécula natural encontrada em plantas, é usada para melhorar essa fixação. Esse nanocompósito pode ser utilizado como veículo para diversos produtos, como fármacos para tratamento de animais, fertilizantes aplicados no solo ou inseticidas para proteção de lavouras. Além disso, ele permite a liberação lenta e controlada dessas moléculas, oferecendo benefícios em termos de eficácia e sustentabilidade.

Essa inovação contribui para a redução das emissões de CO2 e oferece aplicações versáteis em diferentes setores, desde a agricultura até a indústria farmacêutica.

O produto obtido é um nano compósito

Projeto AgriCarbono

A invenção é resultado do projeto AgriCarbono, iniciado em 2019 e encerrado no primeiro semestre de 2023. O propósito da pesquisa era usar gás carbônico (CO2) para a produção de suportes de liberação controlada de moléculas de agroquímicos. No trabalho, foram testados semioquímicos (substâncias químicas utilizadas na comunicação entre os seres vivos na natureza, como insetos, e utilizadas em manejo de pragas) como principais agroquímicos.

“O objetivo foi aumentar a eficácia de aplicação, por meio de liberação controlada, e reduzir a poluição ambiental, inerente ao uso de agroquímicos convencionais”, conta o pesquisador da Embrapa Silvio Vaz Júnior, líder do projeto.

O projeto AgriCarbono recebeu recursos do Programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da subsidiária da Eletrobrás Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE). O projeto contou, também, com a parceria dos pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Maria Carolina Blassioli MoraesRaul Alberto Laumann e Miguel Borges, e da bolsista da Embrapa Agroenergia Érica Gonçalves Gravina.

“Na Embrapa Agroenergia, foi feito o desenvolvimento do nanocompósito e da formulação que foi preparada utilizando esse nanocompósito e o semioquímico. Repassamos para os pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos, que fizeram a validação em laboratório. Foi visto que tinha potencial para uso no campo e, então, eles fizeram a validação em campo, com vários tipos de insetos”, relata Vaz Jr.

Vaz Jr.

A Embrapa Agroenergia obteve a concessão de uma patente pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para o “Processo de Produção de Nanocompósito de Carbonato de Cálcio e Lignina Kraft a partir de Emissões Gasosas”. Essa patente foi concedida como parte do programa Patentes Verdes, que acelera o exame de pedidos de patentes relacionados a tecnologias ambientalmente sustentáveis.

O processo patenteado permite a captura de dióxido de carbono (CO2) de emissões gasosas, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. Ele produz um nanocompósito de carbonato de cálcio e lignina kraft, que pode ser usado como veículo para diversos produtos, como fármacos, fertilizantes e inseticidas. Esse nanocompósito libera as substâncias de forma lenta e controlada, melhorando a eficácia e reduzindo o impacto ambiental.

Essa tecnologia tem aplicações tanto na geração de energia termoelétrica, pela captura de CO2, quanto na agricultura, ao permitir a liberação controlada de substâncias para o manejo de pragas. A patente protege a tecnologia e fortalece as negociações com parceiros interessados em desenvolvê-la e escaloná-la para o mercado.

Além disso, essa inovação está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, contribuindo para metas relacionadas à agricultura sustentável, energia limpa e combate às mudanças climáticas. A Embrapa Agroenergia possui diversas outras tecnologias com pedidos de patente em andamento, abrangendo várias áreas, como genética vegetal, microrganismos e materiais renováveis.

Fonte: Embrapa