Entre 1985 e 2022, a área dedicada à agropecuária no Brasil cresceu 50%, atingindo 95,1 milhões de hectares, o que equivale a 10,6% do território nacional. Essa área é maior do que a do estado de Mato Grosso. Os dados são de um estudo realizado pela rede colaborativa de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas) e foram divulgados recentemente.
A expansão da agropecuária no país é impulsionada principalmente pelo desmatamento para pastagens, que corresponde a 64% da expansão, ou seja, 64,5 milhões de hectares. O desmatamento para preparo da terra para a agricultura representa 10% da expansão, com 10 milhões de hectares. Cerca de 26% da expansão, ou 26,7 milhões de hectares, abrange terras que já passaram por transformações devido à ação humana.
Em 1985, a agropecuária ocupava 22% do território brasileiro, o equivalente a 187,3 milhões de hectares. Em 2022, essa proporção aumentou para 33%, ou seja, 282,5 milhões de hectares. As pastagens representam 58% desse total, com um crescimento de mais de 60% entre 1985 (103 milhões de hectares) e 2022 (164,3 milhões de hectares).
O cultivo agrícola aumentou em 41,9 milhões de hectares durante o período analisado, passando de 19,1 milhões de hectares para 61 milhões de hectares. Isso equivale a um aumento duas vezes maior do que a extensão do estado do Paraná.
A expansão agrícola é liderada principalmente pela soja e pelo milho, que juntos ocupam 96% da área expandida e triplicaram de tamanho durante o período. Em 1985, esses cultivos ocupavam 18,3 milhões de hectares, enquanto em 2022, sua área era de 58,7 milhões de hectares.
A conversão direta de vegetação nativa para a agricultura permaneceu relativamente constante ao longo dos anos, com uma tendência de declínio entre 2018 e 2022. As novas fronteiras agrícolas estão concentradas nas regiões Matopiba, Amacro e no bioma Pampa.
A análise também mostra que 72,7% das áreas agrícolas convertidas surgiram no contexto de forte interferência humana, com destaque para áreas anteriormente destinadas à pastagem.
Fonte: agência brasil
