O hidrogênio verde é um tipo de combustível limpo que pode ser usado em diversos setores que hoje dependem de fontes fósseis, como transporte, indústria e geração de eletricidade.
Ele é considerado “verde”, ou seja, ecologicamente correto, porque é produzido por meio da eletrólise da água, um processo que usa eletricidade renovável para separar o hidrogênio do oxigênio. Assim, o hidrogênio verde não emite dióxido de carbono (CO2) nem outros poluentes na sua produção ou consumo, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para o combate às mudanças climáticas.
Vantagens e desafios para a adoção em larga escala
Essa fonte de energia apresenta tem várias vantagens em relação a outras fontes de energia: abundante, pois o hidrogênio é o elemento mais comum no universo; versátil, pois pode ser armazenado, transportado e convertido em diferentes formas de energia, como calor, eletricidade ou combustível líquido; eficiente, pois tem três vezes mais energia do que a gasolina; seguro, pois só libera vapor de água quando queimado.
No entanto, ainda há alguns desafios para se tornar uma fonte de energia viável em larga escala. Um deles é o custo elevado da sua produção, que depende da disponibilidade e do preço da eletricidade renovável.
Outro fator é a infraestrutura necessária para distribuir e utilizar o hidrogênio verde, que ainda é escassa e requer investimentos em tecnologias como tanques de armazenamento, postos de abastecimento e veículos movidos a células de combustível.
Estado da arte
A tecnologia do hidrogênio verde atualmente é promissora, mas ainda incipiente. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a capacidade global de produção de hidrogênio verde era de cerca de 0,4 gigawatt (GW) em 2020, mas deve chegar a 3 GW até 2023.
A AIE também estima que o custo do hidrogênio verde possa cair entre 50% e 70% até 2050, tornando-o competitivo com outras fontes de energia.
Países líderes no desenvolvimento do hidrogênio verde
Os países mais ativos no tema do hidrogênio verde são aqueles que têm metas ambiciosas de descarbonização e que possuem recursos naturais favoráveis à geração de energia renovável. Entre eles estão:
- A Alemanha, que anunciou um plano de investir 9 bilhões de euros para produzir 5 GW de hidrogênio verde até 2030;
- A França, que pretende destinar 7 bilhões de euros para alcançar 6,5 GW até 2030;
- A China, que planeja ter 1 milhão de veículos movidos a hidrogênio até 2030.
O Brasil possui um enorme potencial para se tornar, também, líder na produção e no uso do hidrogênio verde, graças à sua matriz energética limpa e diversificada, baseada em hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa.
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Além disso, o país tem uma grande extensão territorial e uma localização estratégica para exportar o combustível para outros mercados. No entanto, o Brasil ainda precisa definir uma política nacional para o hidrogênio verde e estimular a pesquisa e o desenvolvimento nessa área.
Projeções futuras
As perspectivas futuras para o hidrogênio verde são otimistas, mas dependem de vários fatores para se concretizar.
Entre eles estão a redução dos custos de produção e de infraestrutura; a criação de padrões e regulamentações internacionais; a ampliação da cooperação entre governos, empresas e instituições; e a conscientização da sociedade sobre os benefícios ambientais e econômicos do hidrogênio verde.
Se esses desafios forem superados, o hidrogênio verde pode se tornar uma das principais fontes de energia do século XXI.