Internacional

Em resposta ao Acordo Comercial, Mercosul se Posiciona Sobre Temas Agrícolas

Contraproposta com Metas Atigíveis Será Apresentada em Setembro, Enquanto Discussões Sobre Questões Ambientais Persistem

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Nesta terça-feira, houve um pronunciamento por parte do Mercosul em relação ao Acordo Comercial, enfatizando especialmente os aspectos relacionados à agricultura. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante um encontro com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), comunicou que uma resposta ao adendo da União Europeia (UE) está em desenvolvimento e será apresentada em setembro.

O motivo do adiamento da resposta do Mercosul, segundo Vieira, está associado à mudança de governo no Paraguai, o que impactou a agilidade na definição da posição paraguaia. A Frente Parlamentar da Agropecuária declarou que a contraproposta do Paraguai estará pronta até o dia 17 de setembro.

Espera-se que a contraproposta do Mercosul seja embasada em metas realizáveis, sendo que o foco recai sobre questões agrícolas. O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), mencionou que a resposta da UE, conhecida como “side letter”, contém termos considerados “inconcebíveis” pelo bloco sul-americano, e acrescentou que as orientações europeias poderiam prejudicar a produção alimentar no Brasil.

A discussão sobre o acordo comercial entre Mercosul e UE, que já se estende por duas décadas, foi acentuada pela inclusão de salvaguardas ambientais no adendo enviado pela União Europeia. Tais salvaguardas visam aplacar as preocupações de diversos países-membros da UE em relação ao acordo.

Enquanto alguns membros da bancada ruralista, como o deputado José Medeiros (PL-MT), destacam que as divergências podem ser resolvidas e o acordo é vantajoso para ambos os blocos, a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua visita a Angola recentemente deixou claro que o Mercosul não aceitará ameaças.

Apesar das opiniões divergentes, a agricultura se mantém no cerne dessa discussão, com o Mercosul enfatizando a importância de um acordo que não prejudique a produção de alimentos no Brasil. Enquanto o Acordo Comercial entre os blocos permanece como uma questão pendente, as negociações continuam, buscando equilibrar as necessidades e interesses de ambos os lados.