Produção Agrícola

Safra de Cafés do Brasil corresponderá a 32% da produção mundial

Estimativa inclui a produção de 37,9 milhões de sacas da espécie Coffea arabica, que representa 69,3% da produção nacional

Safra de Cafés do Brasil corresponderá a 32% da produção mundial. Foto: Reprodução/Coopercam.

Segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e pela Organização Internacional do Café (OIC), a safra de café do Brasil em 2023 deverá atingir um volume físico equivalente a 54,7 milhões de sacas de 60kg. Essa estimativa inclui a produção de 37,9 milhões de sacas da espécie Coffea arabica, que representa 69,3% da produção nacional, e 16,8 milhões de sacas de Coffea canephora, que corresponde a 30,7% da safra total.

No cenário global, a produção mundial de café para o ano-cafeeiro 2022-2023 é projetada em 171,3 milhões de sacas de 60kg. Deste total, 98,6 milhões de sacas serão de Coffea arabica, representando 57,5% da safra global, enquanto 72,7 milhões de sacas serão de Coffea canephora, correspondendo a aproximadamente 42,5% da produção mundial.

É importante ressaltar que, se confirmados esses números, a safra estimada para os Cafés do Brasil representará cerca de 32% da produção global de café, englobando as duas espécies mencionadas. Além disso, a produção de café arábica no Brasil equivalerá a aproximadamente 38,5% da produção global de C. arabica, e a produção brasileira de C. canephora corresponderá a 23% da produção mundial dessa espécie, que inclui os cafés robusta e conilon.

Outro ponto relevante é a área destinada à cafeicultura no Brasil na safra de 2023, que totaliza 1,87 milhão de hectares. Deste total, 1,48 milhão de hectares são destinados ao café arábica, enquanto aproximadamente 390 mil hectares são dedicados ao cultivo de canephora. Com base nesses dados, estima-se que a produtividade média total dos Cafés do Brasil será de 29,2 sacas por hectare.

Em relação ao mercado mundial de café, o consumo global aumentou 4,2% no ano-cafeeiro de 2021/22, atingindo 175,6 milhões de sacas. Esse crescimento pode ser atribuído à liberação da demanda reprimida acumulada durante os anos da pandemia de COVID-19 e ao forte crescimento econômico global de 6,0% em 2021. No entanto, a desaceleração econômica prevista para 2022 e 2023, juntamente com o aumento dos custos de vida, resultará em um crescimento mais lento do consumo de café no ano-cafeeiro 2022/23, estimado em 1,7%, totalizando 178,5 milhões de sacas. Espera-se que a desaceleração seja mais significativa em países não produtores, com a Europa projetada para ter a maior queda no consumo, com taxas de crescimento diminuindo para 0,1% no ano-cafeeiro 2022/23, em comparação com uma expansão de 6,0% no ano anterior. Como resultado, prevê-se que o mercado mundial de café tenha um déficit de 7,3 milhões de sacas.

No Brasil, a produção total dos Cafés do Brasil, que alcançará 54,7 milhões de sacas de 60kg, é liderada pelo estado de Minas Gerais, com uma produção estimada de 27,8 milhões de sacas, representando cerca de 51% da produção nacional. Em seguida, está o Espírito Santo, com 13,6 milhões de sacas (25%); São Paulo, com 4,9 milhões de sacas (9%); Bahia, com 3,6 milhões de sacas (6,6%); Rondônia, com 3,1 milhões de sacas (5,7%); e Paraná, com 686,7 mil sacas (1,2%). Os demais estados produtores completam o restante da safra nacional.

Essas informações foram obtidas a partir do Acompanhamento da Safra Brasileira de Café – maio 2023, da CONAB, e do Relatório sobre o mercado de Café – abril 2023, da OIC, disponíveis no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

Vale destacar que a CONAB realiza quatro levantamentos da safra de café a cada ano. O segundo levantamento, divulgado em maio, representa o período de pré-colheita, enquanto o terceiro, realizado em agosto e divulgado em setembro, compreende o período de plena colheita. O quarto levantamento, divulgado em dezembro, corresponde ao período de pós-colheita, quando todos os dados são corrigidos e consolidados. A OIC computa o ano-cafeeiro de outubro a setembro do ano seguinte para adequar a produção em nível mundial.


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Fonte: Embrapa.