Pesquisadores da Apta e da Embrapa Meio Ambiente analisaram o impacto da conversão de florestas em pastagens e, posteriormente, em lavouras de soja ou sistemas integrados de lavoura, pecuária e floresta (ILPF) nos estoques de carbono do solo. O estudo, realizado no Instituto de Zootecnia (IZ), em Nova Odessa (SP), revelou que a conversão de florestas para pastagens aumentou o carbono apenas na superfície do solo, enquanto a transição de pastagem para ILPF elevou os estoques ao longo de um metro de profundidade, evidenciando seu potencial no sequestro de CO₂.

Os resultados indicam que o ILPF acumula, em média, 5 toneladas de carbono por hectare ao ano, tornando-se uma alternativa sustentável para a agropecuária. Já o plantio direto da soja manteve os estoques de carbono da pastagem sem alterações significativas. Atualmente, a agropecuária ocupa 33,5% do território brasileiro, e a mudança no uso da terra responde por 41,4% das emissões do setor, tornando essencial a adoção de práticas conservacionistas.
O Plano ABC+ (2021-2030) visa expandir o uso de tecnologias agrícolas de baixa emissão de carbono, como a recuperação de pastagens degradadas e sistemas agroflorestais. O avanço dessas iniciativas pode fortalecer a sustentabilidade da produção agropecuária e mitigar impactos ambientais. O estudo reforça o papel de sistemas bem manejados na captura de carbono e aponta o ILPF como alternativa viável para equilibrar produção e conservação ambiental.