A produção de açúcar no centro-sul do Brasil ganhou força no fim de março, período que antecede o início da safra 2025/26, iniciado em 1º de abril. A decisão das usinas de destinar 43% da cana ao açúcar, ante os 33,5% do mesmo período de 2024, foi motivada por estoques historicamente baixos. Segundo a consultoria Safras & Mercado, o volume estocado no primeiro trimestre ficou até 70% abaixo da média histórica e cerca de 65% inferior ao observado no ano anterior.

O consultor Maurício Muruci destacou que a escassez de açúcar, agravada pelas exportações recordes de 2024 e pela safra mais enxuta em 2024/25, antecipou o direcionamento das usinas. Tradicionalmente, a prioridade no início da safra é para o etanol, devido à menor qualidade da cana nesse período e questões operacionais. No entanto, a necessidade de atender contratos internacionais já firmados pesou nas decisões de produção deste ano.
Apesar do avanço na produção do adoçante, a Unica informou que 57% da matéria-prima ainda foi usada para etanol no fim de março, o que mantém o padrão histórico majoritário. Contudo, o cenário de estoques apertados já começa a se refletir no mercado físico, com impactos nos preços e maior volatilidade nos contratos futuros.
Na Bolsa ICE, o contrato do açúcar bruto recuava 1,7% no dia do anúncio, cotado a 17,57 centavos de dólar por libra-peso. Ainda assim, a expectativa do setor é de que o início mais açucareiro da safra ajude a equilibrar o mercado nos próximos meses, reduzindo a pressão da baixa oferta interna