A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) aproveitou o Dia Mundial da África, celebrado em 25 de maio, para lançar o primeiro Perfil Região focado no continente africano.
O documento fornece uma visão geral das relações econômicas entre o Brasil e os países africanos, abordando aspectos relevantes como comércio, investimentos, acordos, tarifas, regulamentações e oportunidades de mercado.
A África, o segundo continente mais populoso do mundo, apresenta a maior taxa de crescimento populacional. Estima-se que, até 2050, a região tenha quase 2,5 bilhões de habitantes. Esses números destacam o potencial do mercado consumidor africano, que ocupa a segunda posição em termos de oportunidades para os produtos brasileiros, ficando atrás apenas da América do Sul.
Ao considerar os países africanos como um todo, eles representam o quarto maior destino das exportações brasileiras e a sexta maior origem das importações. No ano de 2022, as exportações para o continente atingiram US$ 12,7 bilhões. Os principais destinos dessas exportações foram o Egito, Argélia e África do Sul. A publicação também analisa a evolução das relações comerciais entre o Brasil e os países africanos ao longo das últimas duas décadas, além de indicar diversas oportunidades para diversificação da pauta exportadora, tanto por setor quanto por país.
A parceria entre o Brasil e o continente africano continua em expansão, e a ApexBrasil já está envolvida em 14 projetos setoriais voltados para sete países africanos. O estudo também destaca as oportunidades identificadas pelo Mapa de Oportunidades, uma ferramenta gratuita disponibilizada pela Agência. São mais de 5.900 oportunidades de exportação brasileira em 50 países africanos, abrangendo diversos setores como alimentos e bebidas, petróleo, minério de ferro, veículos e autopeças. Os três países com maior potencial para exportação de bens são África do Sul, Angola e Egito.
Acesso a mercados
O Perfil Região também oferece informações sobre o acesso aos mercados, incluindo os dois acordos de livre comércio do Mercosul na região, com o Egito e com a União Aduaneira da África Austral (SACU – Southern African Customs Union). Em 2022, mais de dois terços das exportações do Mercosul para países africanos ocorreram sem a presença de acordos comerciais, o que demonstra o potencial de ampliação das oportunidades comerciais. Por outro lado, 70% das exportações da União Europeia para a região foram destinadas a 18 países africanos com acordos comerciais. Isso ressalta a importância de expandir as negociações de acordos comerciais do Brasil na África, visando ampliar o volume de negócios na região.
Investimentos Estrangeiros Diretos
Além disso, o estudo apresenta informações sobre os investimentos estrangeiros diretos (IED). O estoque de IED da África no Brasil cresceu 57% entre 2020 e 2021, atingindo US$ 2,3 bilhões em 2021. A África do Sul se destaca como o principal investidor africano no Brasil. Exemplos notáveis de investimentos anunciados por países africanos no Brasil incluem a expansão do Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos (SP) por uma empresa sul-africana, bem como a construção de uma fábrica de fertilizantes no Maranhão por uma empresa marroquina.
Por sua vez, o estoque de investimentos brasileiros na África atingiu US$ 1,9 bilhões em 2021, com Angola sendo o principal destino desses investimentos. É importante ressaltar a expansão internacional de empresas brasileiras para o continente africano, como o caso da WEG, que inaugurou uma fábrica de motores elétricos na Argélia em 2022.
Essas informações demonstram a importância crescente das relações econômicas entre o Brasil e os países africanos. Com um mercado consumidor em expansão, diversas oportunidades comerciais e um aumento significativo nos investimentos bilaterais, é fundamental que o Brasil continue a explorar e fortalecer os laços comerciais com a África, visando um crescimento mútuo e sustentável.
O estudo está disponível para acesso na ApexBrasil.
Fonte: ApexBrasil.
