A seca prolongada e as temperaturas recordes entre fevereiro e março comprometeram as lavouras de café nas principais regiões produtoras do Brasil, segundo a Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do país. O impacto na safra de 2025 já é evidente, e há preocupação com a produção de 2026, embora as perdas ainda sejam difíceis de mensurar. O café arábica, principal variedade cultivada, sofre danos irreversíveis quando exposto a temperaturas acima de 32°C, afetando seu metabolismo e a capacidade de fotossíntese.

Segundo José Eduardo Santos Júnior, superintendente da Cooxupé, os efeitos do clima extremo só poderão ser totalmente avaliados na colheita e no beneficiamento do café. A falta de chuvas por mais de 40 dias, aliada ao calor intenso, pode prejudicar o rendimento dos grãos. Apesar do retorno da umidade nos últimos dias, a distribuição das precipitações tem sido irregular, mantendo a apreensão entre os produtores.
O vice-presidente da cooperativa, Osvaldo Bachião Filho, destacou que as temperaturas registradas em fevereiro superaram até mesmo os recordes de novembro de 2023. A escassez de chuvas em janeiro, somada ao calor excessivo, comprometeu o desenvolvimento das plantas nos últimos 50 dias. Essa situação não apenas reduz a produtividade da safra de 2025, mas também prejudica o potencial de recuperação para o ciclo seguinte, o que pode impactar a oferta global de café em um momento de preços elevados no mercado internacional.