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Cenário do trigo global melhora no curto prazo, mas preocupações persistem para 2025/26

A perspectiva global para o mercado de trigo ganhou certo alívio nos últimos meses, mas as incertezas continuam no radar. Após estimativas iniciais que apontavam para os estoques mais baixos em 17 anos entre os principais exportadores, a previsão para 2024/25 foi ajustada para 15,89% de relação estoque-uso (SU), segundo dados atualizados do Departamento de …

A perspectiva global para o mercado de trigo ganhou certo alívio nos últimos meses, mas as incertezas continuam no radar. Após estimativas iniciais que apontavam para os estoques mais baixos em 17 anos entre os principais exportadores, a previsão para 2024/25 foi ajustada para 15,89% de relação estoque-uso (SU), segundo dados atualizados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O número é o segundo maior dos últimos seis anos, impulsionado pela queda nas importações da China.

Reprodução / Freepik

Apesar da melhora, o cenário para 2025/26 preocupa. A projeção para a safra ucraniana foi reduzida para 17,9 milhões de toneladas, a menor em 13 anos. A seca no plantio e a baixa rentabilidade derrubaram a área semeada e devem comprometer as exportações, que podem cair pela metade em relação ao recorde recente. A Rússia, por sua vez, estima uma produção entre 79,7 e 82,5 milhões de toneladas, abaixo do volume recorde das últimas duas safras.

Embora o clima ainda possa reverter parte dessas perdas, a pressão sobre a oferta mundial pode voltar com força em 2025/26, especialmente considerando a instabilidade geopolítica no Mar Negro, mesmo com as recentes negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.

Nos Estados Unidos, a área plantada deve recuar 1,6%, com a menor superfície de trigo de primavera em 55 anos. Já na Argentina, a safra pode ser recorde, dependendo da extensão de um corte no imposto de exportação. No Canadá, os produtores planejam ampliar a área cultivada, enquanto a seca na Austrália pode reduzir a colheita em 16%. Na União Europeia, a produtividade do trigo mole deve crescer 8%.

Esses cinco países EUA, Canadá, Argentina, Austrália e UE representam cerca de 54% das exportações globais de trigo e estarão no centro das atenções no próximo relatório do USDA, previsto para 12 de maio.