A produção brasileira de cacau caiu 18,5% em 2024, somando 179.431 toneladas, contra as 220.303 toneladas registradas no ano anterior, segundo a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). A queda é atribuída a condições climáticas desfavoráveis e ao avanço da vassoura-de-bruxa, doença que pode comprometer até 90% das áreas produtoras.
O cenário reforça a importância do uso de defensivos agrícolas para conter perdas e garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva. O Brasil, que já foi líder global no setor, busca retomar protagonismo com o Plano Inova Cacau, lançado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que tem como meta dobrar a produção nacional e alcançar 400 mil toneladas até 2030.
Segundo Fábio Kagi, gerente de Assuntos Regulatórios do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), é fundamental adotar um manejo integrado para o controle da vassoura-de-bruxa. Ele destaca o uso combinado de estratégias culturais, como a remoção de galhos infectados, controle genético e biológico, com aplicação de fungos como Trichoderma stromaticum, e controle químico com fungicidas à base de óxido cuproso e triazóis, como o tebuconazol.
Kagi ressalta que esse esforço se torna ainda mais relevante com a chegada do plantio do “temporão”, programado para maio, que antecede a principal safra de outubro a dezembro. “Este é o momento de sincronizar o tempo de vida da lavoura e garantir produção contínua, o que exige investimento em produtos fitossanitários e práticas adequadas de manejo”, afirma.
O controle eficaz das doenças é considerado estratégico para que o Brasil volte a se destacar no mercado internacional de cacau e fortaleça a segurança econômica dos produtores.
