Gallagher, da Nova Zelândia, começará a vender no Brasil colar que direciona os bois no pasto
A neozelandesa Gallagher, que há quase 100 anos patenteou a cerca elétrica para uso na pecuária, acaba de assinar um memorando de parceria para instalar seu primeiro escritório no Centro-Oeste do Brasil. Como parte desse movimento, a empresa vai trazer ao país sua mais nova criação: o “e-shepherd”, um colar que fica no pescoço do boi e direciona o animal para que ele circule em uma área pré-determinada do pasto.
Com a ferramenta, é possível, por exemplo, mandar o gado para áreas da propriedade onde a pastagem está melhor, o que pode reforçar o ganho de peso. A tecnologia também monitora as condições físicas dos bovinos.
A solução é movida a energia solar e equipada com GPS, que gera “cercas virtuais” nos campos. Caso o animal avance para locais onde não deveria estar, o colar emite um estímulo sonoro para que o gado retorne à área delimitada.
Os pecuaristas brasileiros têm usado a tecnologia das cercas virtuais desde, pelo menos, 2008. Empresas como Gerdau, MDS Animal e startups, além da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram ferramentas do gênero. Mas a Gallagher pretende se diferenciar por meio de integração de serviços de Internet das Coisas ( IoT, na sigla em inglês) e de pecuária de precisão.
E o próprio histórico de pioneirismo do grupo é um diferencial competitivo. Bill Gallagher Senior, o fundador da empresa, começou o negócio quando percebeu que um de seus cavalos usava um carro para se coçar. Para que isso deixasse de acontecer, Gallagher desenvolveu um circuito elétrico que dava um choque quando o animal balançava o veículo.
Com o tempo, o cavalo parou de agir daquela forma, um resultado que abriu caminho para o registro da patente da cerca elétrica. Hoje, com as preocupações com o bem-estar animal, as novas tecnologias da companhia já não têm qualquer tipo de intervenção semelhante a choque.