Agronegócio

Consumo de ovos virou tendência e granjas batem recorde de produção

Empresas como Mantiqueira e Granja Faria aceleram o passo para aumentar a participação em um mercado doméstico anual estimado em R$ 35 bilhões

Ovos. Foto: Pxhere.

A preferência dos brasileiros por ovos passou por uma mudança significativa recentemente. Agora, em vez da embalagem com 12 unidades, o padrão de compra é a cartela com 30 ovos. Isso reflete uma transformação no comportamento do consumidor, que antes só optava por ovos quando os preços das carnes bovina, de frango e suína aumentavam, mas agora coloca o ovo na lista de compras de qualquer maneira. Além disso, o estigma de que os ovos são prejudiciais à saúde e associados ao colesterol desapareceu.

Consumir ovos tornou-se uma escolha saudável e está mais em alta do que nunca. Ou seja, tornou-se uma tendência nos últimos anos, impulsionando investimentos, modernização e aprimoramento na gestão da cadeia produtiva desse setor do agronegócio, que movimenta cerca de R$ 35 bilhões anualmente no Brasil.

Leandro Pinto, proprietário do Grupo Mantiqueira, e Ricardo Faria, dono da Granja Faria, são os principais líderes na avicultura de postura no Brasil e são representativos dessa nova onda de investimentos em ovos de galinhas. Desde 2017, o país mantém um plantel comercial de aves poedeiras acima de 100 milhões de animais. A produção de ovos, que era de 34 bilhões de unidades lá atrás, agora está consistentemente acima de 50 bilhões, chegando a 52 bilhões em 2022, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Além de aumentar a produção, os empresários têm mostrado um forte apetite por aquisições, impulsionando uma tendência de concentração no setor. A Mantiqueira, por exemplo, adquiriu a Fazenda da Toca, um projeto de ovos orgânicos em Itirapina (SP), e diversificou seus negócios com ovos orgânicos, ovos de galinhas criadas sem gaiolas, ovos plant based, lojas próprias e e-commerce.

Em 2022, os negócios de avicultura da Mantiqueira renderam cerca de R$ 1,5 bilhão, e a empresa está apostando na “gourmetização” do ovo, com serviços como o Clube do Ovo e a inauguração do Museu do Ovo em Lorena (SP). Além disso, planeja ter 2,5 milhões de galinhas criadas sem gaiolas até 2025.

A Granja Faria também expandiu sua capacidade de produção e modernizou sua gestão corporativa. Eles veem o ovo como um produto que precisa ter uma marca sólida e estão investindo em tecnologia para melhorar a gestão da cadeia de produção.

Ricardo Faria. Foto: Reprodução/Forbes.

“A Granja Faria deve fechar o ano com 16 milhões de ovos produzidos por dia”, disse Ricardo Faria, no fim do mês de junho, no dia em que anunciou uma ação inédita em seu modelo de negócio. Desde que iniciou o negócio, em 2006, as 10 aquisições no setor foram totais. Mas a 11ª compra foi em um modelo inédito ao adquirir parte da Katayama Alimentos, de Guararapes (SP), então controlada pelo produtor e pecuarista Gilson Katayama.

A produção brasileira de ovos está prevista para crescer em torno de 5% em 2023, chegando a cerca de 54,6 bilhões de unidades. Além disso, o Brasil está se tornando um fornecedor reconhecido internacionalmente, expandindo suas exportações para mercados como Taiwan, Chile, Arábia Saudita, Emirados Árabes e outros. No entanto, as exportações ainda representam uma pequena parte da produção total, com 3% em 2022.


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Fonte: Forbes.