Os cálculos consideram redução de área em todos os estados da região sul do país
Em sua revisão de junho, a StoneX fez um novo corte na estimativa de produção da safra 2024/25 de trigo no Brasil, que passou de 8,59 milhões de toneladas para 7,79 milhões de toneladas, variação negativa de 3,7% no comparativo com o ciclo anterior.
Diante de todos os problemas enfrentados pelo Rio Grande do Sul, a área plantada foi reduzida em 200 mil hectares pelo grupo, totalizando 900 mil hectares, com a produção se consolidando abaixo de 3 milhões de toneladas.
Nos demais estados, Santa Catarina e Paraná, também houve ajuste negativo de área, motivado pela falta de estímulo aos produtores. “Embora a valorização dos preços colabore para que as reduções sejam menores, eles podem enfrentar uma oferta mais baixa de sementes, dificultando o investimento em uma área maior”, explica o consultor em gerenciamento de riscos da StoneX, Jonathan Pinheiro.
Segundo relatório divulgado pela consultoria, apesar dessa expectativa de corte na área plantada na região sul do país, o incremento das produtividades deve manter o potencial de produção muito próximo ao observado na última safra, porém, com qualidade superior, se o clima permitir. “As expectativas para o Paraná estão bastante positivas, com uma configuração de La Niña, enquanto os riscos para o Rio Grande do Sul seguem preocupantes, diante do atraso no plantio e da umidade elevada do solo”, aponta.
O clima também fica no radar de Minas Gerais e São Paulo, estados prejudicados pela condição mais seca. Em São Paulo o cenário é incerto, em parte aliviado por chuvas recentes, por outro lado, com a possibilidade de perda de áreas. Já em Minas Gerais, foram registradas perdas em áreas colhidas que não devem ser replantadas.
No quadro de oferta e demanda, a produção menor representa uma necessidade maior de importação, com pequena redução de estoque, dependendo do quanto será exportado.
