Produção Agrícola

Agricultura familiar brasileira é 8ª maior produtora de alimentos do mundo

Anuário da Contag mostra o trabalho no campo na produção agrícola

Colheita de batata-doce biofortificada, fornecida pela Embrapa para alguns produtores rurais de Magé-RJ. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.

O relatório anual de 2023 sobre a Agricultura Familiar, produzido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revelou uma informação surpreendente: caso os agricultores familiares do Brasil se unissem em um país, eles formariam o oitavo maior produtor global de alimentos.

Este estudo tem como objetivo destacar a contribuição significativa da agricultura familiar para a produção agrícola total do Brasil. Baseando-se em pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o documento foi publicado em sincronia com o Dia Internacional da Agricultura Familiar, comemorado em 25 de julho, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU).

O relatório aponta que a agricultura familiar é uma força motriz vital para o abastecimento do mercado interno do Brasil, fornecendo produtos saudáveis e praticando a gestão sustentável dos recursos ambientais. Segundo o levantamento, há cerca de 3,9 milhões de propriedades de agricultura familiar no Brasil, que representam impressionantes 77% de todos os estabelecimentos agrícolas do país.

Em termos de terras, estas propriedades constituem 23% da área total de agricultura, que equivale a 80,8 milhões de hectares. Este número é quase igual à extensão total do estado do Mato Grosso.

As propriedades de agricultura familiar também têm um papel significativo na economia brasileira. Elas são responsáveis por 23% do valor bruto da produção agropecuária nacional e por 67% das ocupações rurais. Um total de 10,1 milhões de trabalhadores está envolvido na atividade, sendo que 46,6% deles estão localizados no Nordeste. As regiões Sudeste, Sul, Norte e Centro-Oeste seguem com 16,5%, 16%, 15,4% e 5,5%, respectivamente.

Além da produção de alimentos, estas propriedades também funcionam como um motor econômico. De acordo com a Contag, a agricultura familiar gera 40% da renda dos habitantes economicamente ativos em 90% dos municípios com até 20 mil habitantes, que constituem 68% do total de municípios do país. Esta atividade contribui para a circulação de dinheiro nas pequenas cidades rurais, estimulando a criação de empregos e o aumento da renda.

No dia 28 de junho, o governo anunciou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024. O plano destina R$ 71,6 bilhões para o crédito rural através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Esta quantia representa um aumento de 34% em comparação com a safra anterior e é a maior na série histórica.


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Fonte: Agência Brasil.