Para alcançar a meta estabelecida no Acordo de Paris de 2015, que prevê o plantio de 12 milhões de hectares de floresta até 2030, o Brasil necessita investir um montante de R$ 228 bilhões. Embora a cifra seja substancial, os benefícios prometem ser ainda mais significativos, conforme evidenciado na recente publicação do Instituto Escolhas, que apresenta os principais resultados de uma pesquisa inovadora.
O estudo demonstra que além de viabilizar a consecução de uma meta climática crucial, esse investimento poderia gerar uma receita líquida de R$ 776,5 bilhões e criar 2,5 milhões de empregos novos. A aplicação dos modelos propostos também resultaria na produção de 1 bilhão de metros cúbicos de madeira para comercialização e de 156 milhões de toneladas de alimentos.
Sergio Leitão, diretor executivo do Instituto Escolhas, ressalta: “A recuperação desses 12 milhões de hectares promete gerar índices expressivos de emprego e renda, enquanto remove 4,3 bilhões de toneladas de CO2 da atmosfera. É uma combinação perfeita entre a agenda socioeconômica e a agenda de mitigação da crise climática. E esse é um assunto fundamental a ser discutido pelas lideranças reunidas na Cúpula da Amazônia, na próxima semana, especialmente o presidente Lula, já que não é mais possível falar em desenvolvimento sustentável sem falar em recuperação florestal”
Esta é a segunda vez que o Instituto Escolhas calcula o investimento necessário para cumprir a meta brasileira. O primeiro estudo, intitulado “Quanto o Brasil precisa investir para recuperar 12 milhões de hectares de florestas?”, foi lançado alguns meses após a assinatura do acordo e estimou um custo de R$ 52 bilhões. Desde então, apenas 79,1 mil hectares foram recuperados. “Isso representa menos de 1% da meta original. Agora, temos a responsabilidade de lidar com as consequências geradas, com o custo de não termos tomado medidas. No entanto, é fundamental lembrar que os resultados compensam o investimento, mesmo que este tenha quadruplicado”, ressalta Leitão.
O novo estudo atualiza o debate, utilizando bases de dados mais abrangentes e incorporando novos parâmetros. Seu lançamento está previsto para em breve.
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Fonte: Instituto Escolhas.
