A produção da indústria brasileira apresentou variação negativa de -0,2% entre janeiro e fevereiro de 2023, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada pelo IBGE. É o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 0,6%.
Com o resultado, a indústria nacional está 2,6% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 19% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011. O resultado para 2023 (janeiro-fevereiro) é de -1,1% enquanto o acumulado nos últimos 12 meses é de -0,2%.
André Macedo, gerente da pesquisa, explica que, embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no fim do ano passado, este início de 2023 apresenta perda na produção, permanecendo longe de recuperar as perdas do passado recente.
Dentre as 25 atividades pesquisadas na PIM, nove apresentaram recuo, incluindo ramos como produtos alimentícios, produtos químicos e produtos farmoquímicos e farmacêuticos.
A queda observada na produção de carne bovina teve a influência da suspensão das exportações para a China por conta do mal da vaca louca no final do mês de fevereiro.
As atividades de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e de produtos de metal também ajudaram a pressionar a variação negativa da indústria nacional.
Por outro lado, as indústrias extrativas intensificaram a expansão de janeiro, assim como os setores de bebidas, de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, de impressão e reprodução de gravações, de produtos diversos, de metalurgia e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos registraram avanços na produção.
As maiores taxas negativas foram registradas nos bens de consumo duráveis, que registrou recuo de 1,4%, intensificando a perda de 1,2% de janeiro. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis também teve redução na produção, interrompendo quatro meses consecutivos de crescimento. Setores de bens de capital e de bens intermediários registraram variações positivas.
Comparação Anual
A comparação anual indica recuo de 2,4% no setor industrial nacional em fevereiro de 2023, sendo que a queda na produção foi disseminada e atingiu 17 dos 25 ramos.
As influências negativas mais importantes vieram de produtos químicos, produtos alimentícios, veículos automotores, reboques e carrocerias e máquinas e equipamentos.
Por outro lado, a atividade de indústrias extrativas exerceu a maior influência sobre a média da indústria, impulsionada principalmente pela maior produção dos itens minérios de ferro e óleos brutos de petróleo.
Fonte: Agência IBGE.