Agronegócio

Presidente da Aprosoja aponta perdas em investimentos na CPI da Equatorial

A falta de infraestrutura energética tem gerado prejuízos objetivos para a população com a perda de oportunidades de negócios

Presidente da Aprosoja aponta perdas em investimentos na CPI da Equatorial. Foto: Reprodução/Alepi.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) desta quarta-feira (24/05), conduziu uma audição com Alzir Neto, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja-PI).

A Comissão está encarregada de investigar os serviços da empresa Equatorial e, durante as discussões, foram abordadas as dificuldades advindas da qualidade insatisfatória da energia, incluindo a necessidade de utilizar fundos próprios para iniciativas energéticas, a falta de clareza nos contratos e a perda de oportunidades de negócios, que poderiam impulsionar a geração de empregos no estado.

Alzir Neto descreveu inúmeras situações em que os agricultores tiveram que investir em infraestrutura de energia por conta própria.

Como exemplo, a Aprosoja Piauí, após ser estabelecida, empreendeu na construção de aproximadamente 300 km de linhas de transmissão.

Outra questão apontada foi a longa espera, de até um ano, para a integração de usinas solares à rede da Equatorial. O presidente da associação questionou: “Se a gente investe, se a gente constrói a rede, a gente entrega para eles e a gente não tem qualidade no serviço, não sei qual o objetivo que a concessionária tem”

A limitação do Piauí em atrair grandes corporações foi outra preocupação levantada por Alzir Neto.

“Essa falta de infraestrutura energética tem gerado prejuízos objetivos para nossa população. Nós deixamos de investir em algodoeiras, em usinas de beneficiamento de grãos, em sementeiras, usinas fotovoltaicas que não são ligadas no seu devido tempo, frigoríficos e indústrias, armazéns, unidades produtoras, mineradoras e isso tudo, todo esse custo tem se voltado, principalmente, para os produtores”, relatou o empreendedor.

Sobre os frigoríficos, Alzir Neto citou o caso de um empresário que há cerca de 10 anos tenta estabelecer-se na região de Uruçuí, com um investimento significativo, mas é impedido pela falta de energia de qualidade.

“Nós temos um frigorífico de frango que, há praticamente 10 anos, tenta se instalar na região de Uruçuí, com investimento altíssimo, podendo gerar mais de 5 mil empregos e não vêm por essa questão”, explicou o presidente da Aprosoja Piauí.

Os parlamentares Nerinho (PT), relator da CPI, e Simone Pereira (MDB), elogiaram o relatório prévio enviado pela entidade, destacando os prejuízos que os produtores sofrem devido à falta de conexão das usinas solares e à necessidade de usar geradores a diesel.

Gracinha Mão Santa (Progressistas) indagou se Alzir Neto poderia fornecer informações sobre os contratos celebrados entre os produtores e a Equatorial Piauí, particularmente no que diz respeito a valores e penalidades.

O presidente da Aprosoja Piauí salientou a falta de transparência nesses contratos, onde os consumidores são os mais prejudicados, já que são feitos por demanda.

Segundo fontes, a situação deriva de uma privatização mal conduzida, que resultou em um monopólio no serviço de distribuição de energia do estado.

A deputada Gracinha Mão Santa acredita que os detalhes desses contratos poderiam auxiliar o trabalho de fiscalização da CPI, e ficou acordado que os departamentos jurídicos da Alepi e da Aprosoja Piauí manterão um diálogo sobre o tema.


Fonte: ALEPI.