Milho

Produção de DDG deve crescer 31,6% na safra 2024/25, estima Unem

O Brasil deve produzir na safra 2024/25, iniciada em abril, cerca de 4 milhões de toneladas de DDG (Dry Distillers Grains), coproduto do etanol de milho que já representa de 25% a 35% do faturamento das indústrias de etanol de milho. Se a projeção se confirmar, a produção do DDG, que é usado na ração animal, será 31,6% …

O Brasil deve produzir na safra 2024/25, iniciada em abril, cerca de 4 milhões de toneladas de DDG (Dry Distillers Grains), coproduto do etanol de milho que já representa de 25% a 35% do faturamento das indústrias de etanol de milho. Se a projeção se confirmar, a produção do DDG, que é usado na ração animal, será 31,6% maior do que na safra anterior, quando ficou em 3 milhões de toneladas.

As exportações devem ficar entre 800 mil toneladas e 1 milhão de toneladas, afirmou Guilherme Nolasco, CEO da União Nacional do Etanol de Milho (Unem). O Brasil é o segundo maior produtor e exportador de DDG, atrás dos EUA, e a projeção é que os embarques continuem aumentando, acompanhando a expansão das indústrias.

O primeiro embarque do Brasil foi em 2021. Na safra 2023/24, o Vietnã liderou as importações do produto brasileiro com 255,3 mil toneladas, seguido pela Nova Zelândia (122,4 mil toneladas).

A China ainda não abriu seu mercado para o DDG brasileiro, mas a Unem trabalha com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) para viabilizar as exportações ao país, que em 2023 consumiu 7 milhões de toneladas de DDG. O plano também pretende elevar as vendas para países que já são clientes e prospectar novos.

Segundo Nolasco, as exportações visam principalmente regular o preço no mercado interno, que tem uma demanda crescente. O plano é exportar de 25% a 30% da produção, atingindo de 9 milhões a 10 milhões de toneladas na safra 2031/32, quando o setor projeta colher 177 milhões de toneladas de milho.

“Buscar mais espaço no mercado externo é estratégico, e não uma medida de agregação de valor”, disse. Segundo ele, embora a demanda seja muito alta no mercado interno, o consumo local pode cair caso haja algum entrave às exportações de carne brasileira.

Com menor custo de produção que o farelo de soja, alto teor alto de proteína e energia, o DDG incrementa a ração de bovinos de corte. Segundo o executivo da Unem, isso auxilia na redução da idade do abate e da área para pastagens.

Ele vislumbra um enorme mercado para atingir no país com DDG para gado de leite, aves, suínos e pets. Os primeiros testes com aves ocorreram no ano passado.

O coproduto do etanol de milho responde hoje por menos de 10% da ração consumida no Brasil, mas Nolasco estima que há potencial para se equiparar à participação que o etanol de milho tem no mercado interno, que deve ir de 17% para 20% neste ciclo.

A partir do processamento de uma tonelada de milho produz-se 450 litros de etanol, 212 quilos de DDG e 19 quilos de óleo de milho – produto de alto valor agregado.

O setor de etanol de milho tem atualmente 22 usinas em produção, sendo 11 unidades no Mato Grosso, seis em Goiás, duas no Mato Grosso do Sul, e uma unidade no Paraná, uma em Alagoas e uma em São Paulo. Nove novas plantas já têm autorização para operar, sendo cinco no Mato Grosso, e outras 11 estão em planejamento de construção.